quinta-feira, 12 de março de 2015

Workshop de auto maquilhagem BASIC na Visualmais


No final do ano passado as lojas Clarel promoveram um passatempo que resultou na possibilidade de 24 felizardas frequentarem um workshop de auto maquilhagem.
Os workshops decorreram no meu atelier no final de Janeiro e inicio de Fevereiro, mas para preparar estes workshops precisava de conhecer e testar toda a gama de maquilhagem pelo que visitei uma das lojas Clarel - onde fui muito bem recebida - e onde passei muito tempo porque não estava preparada para a variedade de texturas e quantidade de cores que a BASIC disponibiliza.
Escolhi então os produtos para a formação e também os produtos para testar, porque não sou capaz de falar sobre o que não conheço e porque como formadora tenho que fazer os TPC J.

A BASIC é uma marca de maquilhagem fabricada na EU, tem uma excelente relação qualidade/preço e uma gama de maquilhagem muito completa, com bases, correctores e pós para todos os tipos de peles com vários acabamentos. Uma selecção de sombras em cores mono e harmonias muito bem escolhidas (duo e trio). Delineadores e máscaras para todos os gostos e necessidades, bem como uma oferta de delineadores, glosses e batons com acabamentos hidratantes, com brilho e mate. 
Pode conhecer a gama aqui.
Como o Curso de Maquilhagem Profissional estava a decorrer por esta altura, decidi “matar dois coelhos…” e fazer uma aula de demonstração de "smoky eyes" com os produtos de maquilhagem BASIC.
Este foi o resultado.


Os produtos BASIC não trazem aplicadores pelo que também recebemos a Da Vinci como marca parceira, que cedeu os maravilhosos kits de pincéis que as participantes usaram durante este workshop pratico.



















quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Halloween reciclado



Para este Halloween reciclo uma imagem captada em 2013 durante um Curso de Maquilhagem Profissional.
Um dos exercícios desde curso consiste no treino de conceitos editoriais, utilizando um mood board.
A proposta para este exercício partiu de uma imagem do fotógrafo  Erwin Blumenfeld (1897-1969) génio da fotografia cuja actualidade dos trabalhos continua a inspirar muitos amantes da moda e da imagem conceptual.
No mood board que podem ver na imagem estavam todas as informações necessárias:


2|A imagem captada por Blumenfeld em 1948, um estudo para fotografia publicitaria.

1|Recriação do conceito no desfile de John Galliano na colecção Outono / Inverno de 2009-2010.

3 e 4|imagens da web com informações sobre a maquilhagem pretendida: pele branca perolada maquilhada com aerógrafo, pestanas brancas pouco definidas e empoadas, lábios vermelhos, vivos, destacados e todos diferentes.

E claro as ligaduras a envolver a cabeça. Porquê? Porque sim.
Este é um look fácil e barato, que vos pode também inspirar para um Look Halloween entre a múmia e o fantasma American Horror Story.


Nesta maquilhagem usei uma primeira camada de base em stick uma segunda camada de base aplicada com aerógrafo - kryolan air stream- A primeira camada na cor TV white  e a segunda na cor Ice, para um efeito perolado.

Antes de aplicar a base com aerógrafo, maquilhei as pestanas com eyelash primer - o único uso que dou a este produto é mesmo quando quero pestanas brancas - depois colei umas pestanas postiças com pêlos fofos e macios que pintei previamente com o aerógrafo.
A aplicação de eyelash primer nas pestanas postiças iria torná-las demasiado duras e definidas para o efeito que eu pretendia.

Lápis branco na linha de água, batom vermelho intenso num desenho pouco convencional e… voilà.

Para recriar este visual à prova de dança mas sem aerógrafo, posso sugerir uma base em stick como a TV PAINT STICK da Kryolan na cor 070, aplicada com mão leve porque a ideia é ver um pouco da cor da pele em transparência, não é recriar um palhaço rico.

Para iluminar e fixar podem utilizar um pó ou uma sombra de olhos branca perolada.

Aos artistas da improvisação deixo uma recomendação: afastem-se do pó de talco porque já nem nos rabinhos dos bebes se usa, quanto mais na boca, olhos e nariz.  






Nenhuma destas fotografias foi retocada em pós produção.





Para criar este efeito fantasmagórico fotografei com difusores sobre os flashes e sobrexpus à moda antiga ;) 
No Gaussian or  Blur, just,








A Carolina a retocar o modelo e a Sara, bem disposta como sempre :)



terça-feira, 24 de junho de 2014

Go Portugal porque natal é quando um Homem quer.

Muitas vezes sinto que me surgem ideias especificas para trabalhos de maquilhagem vindas do nada, mas sei que na realidade a minha capacidade criativa é sempre fruto das minhas vivências, memórias conscientes ou não, sentimentos e emoções.
Na maior parte das vezes não consigo reconstruir as influencias que me levaram ali, mas neste trabalho o processo ficou registado pela memória.
Estava a mostrar as imagens a uma pessoa que me perguntou:
- Como é que te lembraste dos galos de Barcelos e das bolas de Viana?
- Bem, porque fui ao IKEA e vi as decorações natalícias naquele estilo nórdico limpinho, tudo pintado em verde, branco e vermelho e lembrei-me que muitos das figuras representativas da nossa nacionalidade dariam decorações natalícias muito engraçadas, tanto pelas formas como pelas cores. As cores nacionais verde, ouro-amarelo e vermelho são perfeitas e já que nós enchemos os pinheiros com bolas de todas as cores. Luzes psicadélicas que fazem as crianças sentirem-se numa trip de ácidos e presépios com bandas em sofrimento por terem que tocar em cima do musgo, no meio das ovelhas, porque não colocar um galo de Barcelos aos pés do menino Jesus e levar o oiro na forma da bela ourivesaria portuguesa?
E foi assim.

Hoje partilho o making of dessa sessão, com informação técnica de maquilhagem e fotografias não retocadas, passo a passo.Podem ampliar e procurar defeitos ;)

1. Os meus trabalhos começam quase sempre com uma maquete. Rabiscos aqui e ali, porque gosto de arrumar as ideias, estabelecer estratégias e escolher materiais antes de começar. Neste trabalho a planificação era particularmente importante por dois motivos:
tinha pouco tempo para maquilhar, porque ia fotografar à noite quando a Rita e o Paulo estavam disponíveis e porque precisava de desenhar um stencil e corta-lo com tempo.
Também gosto de escolher os produtos que vou usar antecipadamente. Quando começo a maquilhar quero faze-lo de seguida, parar para pensar em escolhas de cores e produtos e ter que procura-los nas muitas gavetas de maquilhagem do atelier interrompe-me a fluidez da mão.

2. Queria que o cabelo tivesse aquele ar cândido das meninas saloias da Malveira nos filmes dos anos 50. Fiz umas tranças simétricas e apanhei-as ao alto. Confesso que não me preocupei muito com a parte de trás porque queria a imagem final frontal.
Colagem do stencil em vinil e esboço à mão livre do resto do desenho, com lápis dermatográfico.




3. Preparação da pele do rosto e aplicação de corrector e iluminador.
Touche éclat YSL #2. Geralmente começo por aplicar a base e só depois aplico os correctores mas nesta maquilhagem queria que a base Micro Foundation On Air da Kryolan, fosse o produto final.






4. Aplicação da base no rosto e no corpo com aerógrafo. Fácil, rápido e resultado garantido para Fotografia. Óptimo acabamento para body painting porque posso ver o esboço à transparência. Pistola Vega 2000 e compressor Kryolan.








5. Maquilhagem de olhos numa aplicação dégradé de dourado novo para branco dourado. Color Appeal, L’Oreal, #golden shimmer e #golden white. Linha das pestanas inferiores com sombra Viva Brilliant Color Kryolan #wild cherry.
Sobrancelhas penteadas com Supra Color Kryolan #golden.
Máscara de pestanas para obter definição e alongamento Telescopic Clean Definition L'Oreal, em preto.
Blusher Glam Bronzer, L’Oreal, #blond harmony. Contorno de lábios e sombreado, Comfort Lip Pencil, Versace #V2001.


6. Batom Lip Rouge Kryolan, #LF 104.



















7. Desenho do contorno dos galos e coração com Crayon khôl Yeux, Peggy Sage.










8. A detalhar o efeito da filigrana com Air Stream, Kryolan #gold. Este produto fortemente pigmentado comporta-se como uma aguarela se o deixar secar um pouco. Desliza bem com o pincel e não arrasta a cor anterior. Retoque das sombras e outline com Liner Resist, L’Oreal, #black.






9. Pintura do azevinho com Aquacolor, Kryolan #070, #071 e #512. Escolhi esta textura porque gosto do efeito macio e mate destas tintas de água.








10 e 11. Detalhe do colar. Os galos de Barcelos foram pintados com Supra Color, Kryolan #golden e #079. Eu queria que reflectissem um brilho especial na fotografia, por isso escolhi esta tinta de óleo.
Para um “brilhozinho” nos olhos colei um pequeno strass em cada galo.




12. Pormenor da maquilhagem e do cabelo.


13 e 14. Imagens do visual completo.







Simbolizar não é abandalhar.



Esta foi a imagem do postal de natal da Visualmais em 2011. No final de cada sessão são muitas as imagens que guardamos no computador e que nunca mais usamos, o que é uma pena. Ora, em semana de jogo, apoiar a nossa selecção parece-me um bom pretexto para voltar a usar algumas imagens. Ainda bem que só soube mais tarde que o pobre Élsio Menau estava em apuros legais por usar a Bandeira das Quinas numa manifestação artística, senão tinha pensado duas vezes.

Adoro o meu país mas não entendo este distanciamento reverencial à Bandeira Nacional.
Em Portugal o fato com colete é sinónimo de eficiência, é usado para impor respeito e em certa medida, intimidar. A bandeira é para ser vista na TV, ao lado do PR nas suas declarações ao país. Eficaz, respeitosa e intimidante.
Não somos ensinados desde pequenos a amar a nossa bandeira. Não como os Ingleses que a usam até estampada nas cuecas, com todo o orgulho. Achamos até que a nossa bandeira é um pouco fatela. Verde e vermelho na GUCCI é fashion mas na bandeira é piroso.
Eu acho que devemos usar mais este símbolo que nos representa nas nossas particularidades enquanto povo. Povo que além de ser 12 estrelinhas douradas no azul da Europa, é também único e diferente. E isso é estupendo.
Acho que devemos usar a nossa bandeira na fortuna e na pobreza, na saúde e na doença se assim o desejarmos. Porque ela é nossa e simbolizar não é abandalhar.